O sonho acabou: Hypermarcas vende Assolan e Etti

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Encerrando sua pretensão em se tornar a Procter & Gamble (P&G) brasileira, a Hypermarcas, no último dia 10, concluiu o desinvestimento em duas de suas então unidades de negócio.


Quarenta e seis dias depois de vender a Assim Holding (divisão criada para a venda das marcas Assim, Mat Inset, Fluss, Gato e outras) para a Flora (Minuano), foi concretizada a venda da Assolan Holding (que corresponde às marcas Assolan, Rasp, Help, Perfex, Cross Hatching e outras) para a brasileira Química Amparo (Ypê) e a Etti Alimentos para a multinacional Bunge, em uma transação quando somada todas as operações negociadas, gerou um capital de aproximadamente R$ 445 milhões.


O que fez a Hypermarcas se desfazer dos negócios que deram sua origem, e também fazê-la desistir de sua grande pretensão?

A Hypermarcas, nos últimos anos, tornou-se uma grande compradora de empresas, porém, no último ano, a empresa não estava conseguindo atingir suas metas, fato atribuído a falta de sinergia entre seus negócios, uma vez que devido ao grande volume de compras realizadas, a maioria das empresas ainda não foram alinhadas no plano de venda e distribuição do grupo, a exemplo de Fraldas Sapeka, Facilit (Sanifill) e Bitufo, além, a empresa absorveu um grande número de pequenos laboratórios, que ficaram com suas marcas deslocadas dentro do conglomerado, a exemplo de Luper, marca que deveria ter sido abandonada ou recategorizada, junto com Farmasa e a própria Neo Química que passou a ser concorrente de seu irmão Brainfarma (Mantecorp), no segmento de genéricos e também concorrente das linhas OTC da Cosmed (nome da divisão de cosméticos e medicamentos da Hypermarcas).

Para completar a falta de sinergia, a Hypermarcas antecipou para este ano a implementação de uma nova política comercial, que visa estimular a desestocagem de seus produtos junto aos pontos de venda, o que provocou uma reação negativa dos seus clientes, gerando maior custo operacional, ocasionando drástica redução da margem EBITDA e prejuízo em determinados trimestres do ano corrente.

A Hypermarcas também pecou ao não realizar publicidade de sua divisão de consumo (alimentos e limpeza), o que as manteve estagnadas ao longo do ano, mas ainda sim, sem apresentar prejuízo, ao contrário de sua principal divisão de negócios, que muito oscilou no período.

Para consolidar a Hypermarcas como um negócio seguro, o conglomerado deveria obter uma forma de gerar caixa, para que o ano não fosse encerrado com alto impacto financeiro, então, foi decidida a venda da divisão de consumo, para que no ano seguinte, seja possível voltar a crescer.

Com isso, a Hypermarcas abandona seu sonho, e coloca os pés na realidade, tentando assegurar sua liderança como maior laboratório do Brasil, e investir somente em segmentos no qual há maiores possibilidades de aumentar sua rentabilidade, sem comprometer, em demasia, o orçamento com fortes campanhas publicitárias.


Matéria: Dimithri Vargas

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