VW Gol G5: montadora ciente, não resolve vícios de fabricação do carro de seu cliente

#AutoSegurança



O leitor Jerri Crestan entrou em contato com a nossa equipe para relatar os problemas que acometem seu Volkswagen Gol G5, dentre os quais o mais notório, que é a falha no motor, situação típica de um grande lote que motivou até mesmo recall por determinação do Ministério Público, mas infelizmente no caso de Jerri, não surtiu efeito.

Jerri já mobilizou-se na rede, criando a página no Facebook "Comprei um sonho, ganhei um pesadelo", bem como já recorreu a mídia impressa, realizou protestos em eventos da marca e por fim, ingressou com Ação Judicial requerendo a devolução do bem, com restituição do valor pago e danos morais, além de ter protocolado solicitação de procedimentos na Delegacia do Consumidor.

O relato nas palavras de Jerri

Inicialmente, informo que tudo o que será relatado a seguir, está devidamente documentado. Guardei cada e-mail e cartas enviadas à Volkswagen e à Vitoriawagen.

Protesto em evento automotivo.

Comprei esse veículo em 02 de março de 2010. Contudo, com apenas 23 dias de uso começou a apresentar problemas, a saber: barulho na tampa do porta-malas, falhas no motor, perda de potência e consumo exagerado de combustível. Tão logo notei tais circunstâncias, relatei à Concessionária onde o adquiri e, após inspeção pelos seus profissionais, o veículo me foi entregue. Percebi que os ruídos no porta malas haviam desaparecido. Entretanto, de forma temporária. Em apenas 2 dias, os mesmo barulhos voltaram e, como gravame de toda circunstância, novos barulhos apareceram: barulho no painel e nas portas – continuando alto e incomum o consumo de combustível.


Mesmo com o veículo na oficina - em tão pouco tempo de uso - a concessionária sequer disponibilizou um carro reserva. Só começaram a me dar carro reserva bem depois das primeiras queixas, após eu exigir com bastante rigor.

Mesmo relatando tais problemas e demonstrando-os, minhas reclamações não foram respondidas, fazendo com que, novamente, exigisse uma explicação em 30 de março de 2010, via e-mail, não havendo resposta também a esse e-mail.

No dia 05 de abril de 2010, retornei à Concessionária para nova vistoria do veículo, apresentando, novamente, os mesmos problemas à empresa. Em todos os relatos, não tive solucionado os problemas, tampouco suportes ou apoios à troca ou devolução do veículo.


Assim, mais uma vez enviei um e-mail à concessionária, acrescentando, inclusive, novos problemas no veículo: quando abastecia o carro em sua capacidade máxima, um odor forte de gasolina ficava dentro do veículo. Sugeri, ainda, uma reunião com o gerente do grupo, propondo o dia 17/05/2010, para que, efetivamente, tivesse os problemas resolvidos. Em igual feito, esse e-mail não foi respondido, nem foi atendido na data referida, nem proposta outra data.

Durante esses fatos, levei o carro inúmeras outras vezes à concessionária para que fossem os problemas sanados. A equipe da Vitoriawagem de Vitória/ES, inclusive, realizou uma perícia no veículo e assegurou enviar um laudo para a fábrica – Volkswagen - informando os vícios do produto.

Desta forma, em 04 de junho de 2010, fui à concessionária tomar ciência da resposta da Volkswagen ao laudo. Contudo, o gerente do grupo informou que ainda não tinha tido acesso ao teor da resposta enviada.


Ao entrar em contato com a Volkswagen, fui informado que a fábrica não havia sequer recebido qualquer laudo referente ao carro em questão para análise, o que foi relatado por mim ao gerente da Concessionária Vitoriawagen, pedindo, inclusive explicação sobre o ocorrido. E pasmem! Não houve resposta a esse questionamento, da mesma forma que os requerimentos anteriores.

Em 20/07/2010, enviei uma correspondência à Volkswagen, expondo minha indignação face os gravames relatados, sendo informado que os aludidos problemas são inerentes aos modelos G5. Outrossim, num contato via Chat/webchat, serviço online de atendimento ao cliente, fui informado que os problemas relatados são características dos modelos G5.

Ainda, com o objetivo de ajustar tal situação de forma amigável, enviei um outro e-mail na data de 23 de agosto de 2010, relatando novamente os problemas até então suportados e, ainda, apontando mais alguns problemas: ao ligar, o carro “engasgava” e, por vezes, “morria”.

Primeira nota em jornal de grande circulação.

Quando das minhas idas à Concessionária, ora me era dito que os problemas eram decorrentes de velas sujas/queimadas; cabo de vela oxidado; problemas nos bicos injetores e mais um monte de desculpas que nem me lembro mais. Mexiam nesses componentes, e os problemas não se debelavam.

No ano de 2011 foi a mesma “ladainha”. Problemas, problemas e mais problemas, sem solução.

Em 2012, substituíram o cabeçote do motor. E adivinhem!? Continuou a mesma “inhaca”. Ao realizarem novos procedimentos no veículo, foi me dito que os bicos injetores estavam injetando gasolina em quantidade desproporcional. Trocaram os bicos e como já era de se esperar, NADA RESOLVIDO. Ainda em 2012, protocolei um requerimento junto à Concessionária, solicitando providências para a devolução do veículo. Até o presente momento não fui formalmente respondido.

No início de 2013, trocaram o motor, aí pensei: Oh!!! Agora estou livre dos problemas. LEDO ENGANO. Já por várias vezes tive que levar o carro na concessionária por ele apresentar os mesmos problemas anteriores.

O jornal entra em contato com Jerri e publica nova nota.

Já ingressei com Ação Judicial para a devolução do veículo e a restituição do valor pago, cumulado, é óbvio, com reparação por danos morais. Protocolei, também, na Delegacia do Consumidor, um procedimento para providências por aquela instituição. Enquanto os procedimentos tramitam, tenho que conviver com um veículo extremamente problemático.

Quando o motor falha, a direção e o freio endurecem o que me expõe ao perigo. O meu caso não é isolado. Há inúmeras pessoas insatisfeitas com o Gol G5. Basta fazer uma pesquisa na internet para atestar isso.

O Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul ajuizou uma Ação Civil Pública, tombada sob o nº. 11300013223, em face da Volkswagen do Brasil, em virtude de queixas de problemas relatadas por proprietários de veículos da geração 5 da mencionada marca. Em Decisão liminar, o Juiz da 15ª Vara Cível de Porto Alegre, determinou que a Volkswagen realizasse recall em vários veículos da geração 5, e adivinhem quais eram os problemas que ensejaram tal decisão? Falhas no motor.


O posicionamento da montadora

A equipe do portal Ouni tentou entrar em contato com a Volkswagen do Brasil, através de seu SAC, mas devido ao encerramento do expediente, não obteve sucesso.

Foi encaminhado um e-mail através do link http://www.vwbr.com.br/ImprensaVW/contact.aspx, cientificando a montadora do ocorrido e a matéria será atualizada assim que obtivermos um posicionamento da montadora.


Atualização (2016): Desfecho final

Segundo Jerri Crestan, no ano de 2015, após processo judicial, a montadora Volkswagen do Brasil lhe propôs acordo, que ensejou na troca do veículo por outro novo em perfeitas condições, bem como o pagamento dos honorários advocatícios, o que foi aceito pelo próprio, haja vista que o seu interesse era ter um carro para locomoção.


Matéria: Dimithri Vargas

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